UMA REFLEXÃO SOBRE O PROJETO DE
INTERVENÇÃO DA ESCOLA
No dia a dia da escola muitas vezes enxergamos
tudo como várias peças desconectadas. Nosso desejo é que a comunidade escolar
enxergue que uma coisa é interligada com a outra. Sentimos que começamos a
montar um grande quebra cabeça que visa uma só coisa: a busca em oferecer a
educação de qualidade para todos os nossos alunos.
Para se melhorar a qualidade da educação da
escola é necessário consolidar um trabalho de gestão democrática na escola.
A
gestão democrática envolve a participação de professores, pais, estudantes e
funcionários na organização, na construção e na avaliação dos projetos
pedagógicos e na administração dos recursos recebidos pela escola.
Na gestão democrática a participação de todos no planejamento é
fundamental. Para Gandin
(2001) é necessário que o
planejamento seja participativo, onde com a colaboração de todos os envolvidos
com seu saber, suas ideias, seu conhecimento da realidade se busca transformar
a realidade social através de ações elaboradas pelo grupo para solucionar os
problemas apresentados. Essa participação inclui para ele diversos processos
como: trabalho individual, trabalho em pequenos grupos e plenárias para que a
decisão final evite “discussões polarizadas e formação de grupos que se digladiam”.
(GANDIN, 2001.p. 93).
A
criação e consolidação de órgãos colegiados como Conselhos de Escola e
Associação de Pais e Mestres e a construção coletiva do Projeto Político
Pedagógico da escola são formas de consolidar um trabalho com a gestão
democrática.
Um
dos desafios da nossa escola é a participação da comunidade escolar através dos colegiados
escolares e a participação na construção do Projeto Político Pedagógico.
Assim
sendo, foram pensadas estratégias para melhorar a qualidade da educação
oferecida aos alunos através de um trabalho que consolidasse o processo de
gestão democrática da escola.
Diante
desse diagnóstico a equipe escolar fez uma reflexão crítica sugerindo que a
consolidação do processo de gestão democrática se daria através da ampliação da
participação da comunidade escolar nos colegiados e na reelaboração de um
documento que representasse de fato a escola e fosse construído coletivamente, ou
seja, do Projeto Político Pedagógico da escola.
A
escola convidou a comunidade escolar para sensibilizá-los da necessidade de
reelaboração do PPP e também para participar dos colegiados da escola.
Nosso
projeto de intervenção foi desenvolvido através de reuniões com a comunidade
escolar para mobilização da necessidade da reelaboração do PPP.
Nesse
espaço foi apresentado a todos o que era um Projeto Político Pedagógico, porque
ele era um documento mais completo que o PTA: o mesmo deve envolver toda a
comunidade escolar a fim de que todos possam procurar soluções para os
problemas relacionados ao processo de ensino e aprendizagem dos alunos.
Também
mostramos que esse documento deve apresentar as melhorias que desejamos para
nossa escola, através dos anseios de toda a comunidade.
Após
analise do PTA do ano passado (2014) e do último PPP da Unidade (2007), por
meio da participação de pais de alunos, professores, funcionários foi
diagnosticado ações que deveriam existir na reelaboração do Projeto Político
Pedagógico (PPP) da escola.
As
ações positivas e negativas foram debatidas. Vale lembrar que de 2008 a 2014
nossa escola, não tinha um PPP e sim o PTA.
Realizamos
inicialmente uma pesquisa para saber quem gostaria de participar dos colegiados
do Conselho de Escola e da Associação de Pais e Mestres (APM) onde houve uma
breve explicação sobre o que cada colegiado faz e quais são os dias de reunião.
Aplicamos
um questionário aos pais da escola para verificar a situação socioeconômica das
famílias, saber como eles viam e qual a escola desejam para seus filhos.
À
medida que os questionários retornaram à escola foi feito um levantamento dos
dados e elaborado um diagnóstico, baseado nas respostas dadas pelas famílias,
para assim vermos quais as ações seriam prioritárias no nosso PPP e
posteriormente realizá-las em nossa escola.
As
ações realizadas para a reelaboração do PPP da escola foram feitas também através de fundamentação teórica sobre a
gestão democrática, construção de PPP e fortalecimento de colegiados escolares,
e como já foi dito anteriormente também
pela análise crítica do PTA e PPP da
nossa Unidade.
A
equipe gestora também se reuniu com os membros do Conselho de Escola e da Associação
de Pais e Mestres (APM) para estabelecer os objetivos e metas em relação às
prioridades que foram definidas para o Projeto Político Pedagógico (PPP) da
escola.
E
nessa etapa consideramos que a participação dos colegiados, em torno de 70%, foi significativa. Pais, professores e
funcionários pensaram em como solucionar as necessidades definidas para uma
melhor qualidade na aprendizagem.
Trabalho desde 2002 como professora, e a partir de 2009 como
vice-diretora, em agosto de 2014 passei a ser diretora designada e nunca senti
a real importância da elaboração do PPP, assim também acontecia com muitos dos meus
colegas, simplesmente fazíamos para entregar um documento, avaliávamos porque
pediam para avaliarmos, mas era apenas um documento morto, e sem sentido para
nós.
As atividades e textos propostos pelo Curso de Especialização em Gestão
educacional da UFSCAR nos
ajudaram na reorganização de nossas ideias sobre o Projeto Político Pedagógico,
e têm mostrando a importância de se construir esse documento e como ele deve
ser construído.
Tivemos uma aprendizagem significativa em nosso curso, sendo
que nossas ações foram melhoradas através de uma sólida fundamentação teórica. Sentimo-nos com uma melhor capacitação para buscar
novos caminhos que nos auxiliem de maneira produtiva em nosso comprometimento
com os princípios democráticos da educação pública. Construir
coletivamente o PPP da escola tem contribuído para o fortalecimento da gestão democrática
que tanto desejamos para nossa Unidade.
Achávamos que o PPP tinha sido
substituído pelo PTA (Plano de Trabalho Anual), e que era a mesma coisa que o
PPP, apenas com o nome diferente, pois muitas coisas em Educação mudam o nome,
mas continuam iguais. Porém com os estudos realizados vimos que o PTA é apenas
uma parte do PPP (que é muito mais amplo e complexo).
A
Secretaria da Educação também iniciou um trabalho de estudo
sobre o PPP das escolas.
As
escolas foram orientadas em relação a como reelaborarem ou
construírem seu PPP. No primeiro semestre letivo de 2015 deveriam ser realizadas
as coleta de informações, registros, discussão e análise do seu Marco
Situacional. No segundo semestre as escolas deverão refletir sobre a construção
de seu Marco Conceitual e no início de 2016 deve ser retomado o contexto e
conceitos para a construção do Marco Operacional.
Todas
as escolas receberam um breve histórico sobre esse documento para que toda a
comunidade escolar soubesse da história do PPP em nossa cidade.
A
construção do Projeto Político-Pedagógico iniciou entre
1996 a 2000. De 2000 a 2007 as escolas tiveram como diretriz para as ações do
seu PPP o Ideário da rede.
Em
2007 foi implantado o
Programa “Escola Cidadã” através de uma parceria com o Instituto Paulo Freire tendo
como um dos objetivos a atualização do PPP.
A
proposta era que o PPP das escolas seria elaborado nas formações de diretores,
vice-diretores, orientadores pedagógicos e supervisores, concluindo-se em 2009.
Por isso as escolas foram orientadas a elaborar em 2008, um Plano de Trabalho
Anual – PTA. Sendo que as escolas passaram a apresentar seu PTA anualmente para
validação junto à Secretaria da Educação.
A
partir de setembro de 2014 foi organizado um processo de participação das escolas
para atualizar a base conceitual do documento “Marco Referencial” que serviria
de referenciais conceituais para o PPP das escolas.
A
Secretaria da Educação propôs então um dia não letivo (6/3/2015) para que todas
as escolas da rede pudessem discutir sobre a reelaboração ou construção do seu Projeto Político Pedagógico.
Em
consonância com as políticas educacionais do governo federal, com as Diretrizes
Políticas e Técnicas e as demais orientações da Secretaria da Educação, foram propostas que as escolas fizessem discussão acerca de elementos
que constituem o Projeto Político Pedagógico: percepção da cultura escolar,
resultados da avaliação institucional, o perfil de sua equipe, o diagnóstico da
aprendizagem de suas crianças.
Por isso cada escola deveria ter
um documento que tivesse os seguintes dados:
1-
Apresentação:
contendo dados de identificação da Instituição, histórico de seu patrono e data
de sua inauguração, histórico das equipes gestoras que passaram pela
Instituição, descrição (ao leitor) sobre a construção do Projeto Político Pedagógico,
apresentando a comissão organizadora.
2-
Marco Situacional: Caracterização do
atendimento da instituição (períodos de funcionamento, faixa etária atendida, descrição
do número de turmas), caracterização dos profissionais da instituição
(segmentos que atuam na instituição, número de profissionais por segmento,
perfil dos profissionais por segmento em relação à experiência, permanência
e/ou rotatividade da equipe), caracterização física da instituição (quantidade
de salas, área externa, parque, acessibilidade), caracterização material da instituição
(acervo bibliográfico, equipamentos existentes, mobiliário, jogos pedagógicos),
caracterização dos familiares (pesquisa socioeconômica da instituição
educacional, perfil do acompanhamento das famílias na vida escolar dos alunos,
grau de participação das famílias em reuniões de pais, festas e colegiados), caracterização
dos colegiados escolares (apresentar quais são os colegiados da escola e como
estes são constituídos, com que periodicidade atuam e qual o perfil de cada um deles),
caracterização dos resultados educacionais da Instituição (incluir neste item
todos os resultados históricos das avaliações externas que a instituição
possui: SARESP, IDESP, Provinha Brasil, Prova Brasil, IDEB e ANA. Incluir
também os dados históricos de rendimento escolar da instituição: taxas de
aprovação, retenção, evasão e distorção idade-série da escola).
3-
Marco Conceitual: Reflexão sobre as
seguintes questões: “Que escola temos? Que escola queremos?”.
4-
Marco Operacional: Com base nos dados
levantados no Marco Situacional e desejados no Marco Conceitual, elaborar
planos de ações para conseguir uma melhor qualidade no processo de ensino e
aprendizagem.
A
contribuição dos estudos foi fundamental para iniciarmos a reelaboração do PPP da
nossa Unidade, visto que esse documento sempre foi feito sem entender sua real
importância, e como ele deveria ser elaborado, porque deveria ser elaborado e
como seria útil para o trabalho desenvolvido na Unidade Escolar.
Descobrimos
que quando registramos aquilo que acontece na escola, podemos refletir na busca
de alternativas criativas para os problemas que enfrentamos no dia a dia da
escola.
Também cabe a nós, enquanto equipe gestora mostrar
a real importância da gestão democrática, de ajudar na reelaboração de um PPP
consistente e que realmente tenha a cara da escola, bem como buscar ideias de
como consolidar e fortalecer a gestão democrática.
O
Projeto Político Pedagógico é um compromisso definido coletivamente. Todo
projeto pedagógico da escola, também é um projeto político por estar articulado
aos interesses da comunidade escolar.
[...] Na
dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade da
escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado,
crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de se definir as ações educativas e
as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade.
(VEIGA, 2004, p.13)
O
PPP construído por todos, deve refletir e discutir os problemas da escola,
buscando alternativas para solucioná-los, deve ser uma prática democrática e
romper com aquilo que sempre fizemos: entregar documentos impostos, que devem
ser feito de determinada maneira, sem reflexão e sem saber o motivo de se fazer
aquilo.
No
entanto, contar com a participação dos pais sempre se torna um pouco
complicado, pois embora as reuniões sejam a noite, nem sempre coincidia com o
horário disponível dos pais, muitos alegavam que o trabalho acabava sendo um
grande empecilho para a participação nas reuniões dos colegiados escolares.
Uma
das grandes dificuldades encontradas nesse processo continua sendo a falta de
participação de mais pessoas da comunidade escolar, pois muitos ainda acreditam
que esse trabalho cabe somente à equipe da escola e ainda não se sentem responsáveis
pela elaboração das ações nela desenvolvidas.
Percebemos
que as pessoas não querem assumir compromissos, pensar juntas para solucionar
um problema, pois isso exige trabalho, esforço e deixar apenas de reclamar do
problema, para tentar fazer parte da solução.
Pais,
funcionários e os próprios professores não querem participar dos colegiados
como Conselhos Escolares e APM, alegando falta de tempo ou falta de capacitação
para se envolver com esses órgãos.
Todos
querem melhorias, mudanças, mas são bem poucos que estão dispostos a realmente
lutar por elas.
Muitos
professores acreditam que a construção do PPP é mais uma tarefa para eles que
já tem tantas coisas para dar conta. Muitos não conseguem perceber a
importância de se planejar, de ter um documento escrito, pois eles acreditam
que as dificuldades impedem de se conseguir cumprir o planejamento, de que o
planejamento escrito é burocrático, não refletindo o cotidiano da escola, pois
tem que se escrever de uma forma que vão “gostar” daquilo que está escrito e
não se escreve o que realmente pretende realizar.
Sabemos
que a cultura escolar encontra dificuldades de criar seu planejamento politico pedagógico
por escrito, pois acreditam que esse documento não mostra de fato o cotidiano
escolar. FUSARI (1998) nos mostra que isso acontece porque os professores
acreditam que podem trabalhar sem planejamento, que não adianta planejar, pois
os problemas da escola sempre levam ao improviso, que o planejamento é apenas teórico
não refletindo a prática.
É
um trabalho árduo conseguir pessoas que se disponham a participar efetivamente
nas soluções para a melhoria da escola, comprometendo-se com a qualidade da
educação da nossa escola.
Perguntas
como: “Que escola a comunidade quer?” e “O que representa a escola para a
comunidade?” devem ser respondidas para que possamos perceber quais são os
sonhos, as angústias, a visão que a comunidade escolar tem em relação à própria
escola.
Verificando
o último Projeto Político Pedagógico de nossa Unidade percebemos que apesar da
boa participação (85%), não houve real envolvimento da comunidade, pois pais,
professores e funcionários responderam questionários, avaliaram alguns aspectos
de algo que não sabiam para que servia, que mudança traria e no que ajudaria na
melhoria do processo de ensino e aprendizagem da escola.
Aquilo
que foi avaliado como coisas que deveriam ser melhoradas continuam sendo
solicitadas. Vemos avanço em algumas questões que eram um anseio da Rede toda
como, por exemplo: “realizar atendimento extraclasse para alunos com
dificuldade de aprendizagem”, pois hoje contamos com professores que dão aula
em outro período para turmas de Recuperação Paralela e Reforço Escolar, mas não
percebemos como a comunidade se comprometeu em criar sua própria história,
determinando os objetivos que pretendiam alcançar no futuro, como iriam
realizar as mudanças que queriam, porque o documento veio pronto para as
escolas, e apenas foi adaptado para a realidade da nossa Unidade.
Vimos
também que o Projeto Político Pedagógico da nossa escola apresentava no
diagnóstico a descrição da estrutura física da escola, de seus alunos, da
comunidade; mostrava quais são os pontos fortes e fracos da escola, mas não
mostrava que ações deviam ser tomadas para valorizar os pontos fortes e o que
fazer para sanar as dificuldades encontradas. Não ficaram claro os objetivos
específicos e metas que determinaram as ações e quais os métodos e recursos que
foram empregados, para solucionar os problemas apresentados, nem aquilo que foi
feito para manter os pontos fortes.
Alguns
exemplos de pontos fortes e pontos fracos que continuam existindo: pontos
fortes- unidade do grupo de educadores; mobilização de toda a equipe em prol do
aluno; grande empenho para um atendimento de qualidade, independente da falta
de funcionários; participação da comunidade em festas e apresentações; ambiente
solidário; harmonia no relacionamento entre os funcionários; continuidade da
equipe de professores na Unidade Escolar; pontos fracos- aumentar o
acompanhamento familiar no processo de aprendizagem das crianças; aumentar a
participação na APM; aumentar a contribuição do Caixa Escolar; aumentar o
número de funcionários em especial inspetor de alunos; aumentar a participação
dos pais nas reuniões; realizar manutenção da estrutura física do prédio de
forma mais pontual e constante; aumentar a valorização da figura do professor
como um profissional qualificado.
Sete
anos depois, com uma gestão, professores, funcionários e alunos diferentes
muita coisa permanece. Os pontos fortes permanecem sem nos darmos conta de como
melhorá-los ainda mais e porque fazem parte da realidade da escola, bem como os
pontos fracos continuam lá e não sabemos o que fazer para melhorá-los, foram
apenas identificados, mas eles permanecem, como se não fosse possível fazer
qualquer coisa para mudá-los.
Os
pontos frágeis da Unidade não devem apenas ser identificados, e continuar lá
sem serem melhorados, ou como se não fosse possível fazer qualquer coisa para
mudá-los. Devem-se ter objetivos e metas que determinem ações, métodos e
recursos para solucionar os problemas apresentados.
Cabe
à comunidade comprometer-se em criar sua própria história, determinando os
objetivos que pretendem alcançar e como irão realizar as mudanças que querem
para o futuro.
O
PPP da nossa escola foi reelaborado de forma parcial, pois o plano de trabalho é que todas as escolas construam
esse documento em sua versão final no primeiro bimestre de 2016, através de um
trabalho que envolva toda a equipe escolar: membros do Conselho de Escola, Associação
de Pais e Mestres e comunidade escolar.
Foi
constituída uma Comissão Organizadora do PPP, composta pelos membros da equipe
gestora, dois professores e um funcionário. Esta Comissão ficou responsável
pelo planejamento do registro das reflexões que envolvem a reelaboração do
Projeto Político Pedagógico.
Como
gestores procuramos sempre recordar aos professores, funcionários e comunidade escolar
seus pontos fortes, e mostrar as pessoas que estão chegando à escola todas as
coisas boas que a Unidade tem e o bom trabalho realizado, para que a Unidade
continue melhorando e desenvolvendo cada vez mais esses pontos fortes. Para
aquilo que é percebido como índice abaixo do esperado são criados planos de
ação para sua melhoria buscando ideias e contribuições dos vários segmentos.
Constantemente
buscamos soluções para os desafios
apontados e inovações que proporcionem um processo de ensino-aprendizagem mais
dinâmico, prazeroso e eficaz.
Apesar das dificuldades que encontramos notamos que com o passar
dos anos professores, funcionários e comunidade vão criando uma confiança na
equipe gestora, e aos poucos vamos percebendo uma participação mais ativa.
Nosso
desejo é conseguir cada vez mais trazer pessoas que se comprometam a melhorar a
qualidade da educação da nossa escola.
Para
modificar sua própria realidade cultural, a instituição educativa deverá
apostar em novos valores. Em vez da padronização, propor a singularidade; em
vez de dependência, construir a autonomia; em vez de isolamento e
individualismo, o coletivo e a participação; em vez da privacidade do trabalho
pedagógico, propor que seja público; em vez de autoritarismo, a gestão
democrática; em vez de cristalizar o instituído, inova-lo, em vez de qualidade
total, investir na qualidade para todos (VEIGA, 2003, p.279).
Acreditamos
que “... pela educação como prática democrática se constrói o político e se
concorre para uma sociedade mais cooperativa, mais compartilhada... e mais
digna de ser compartilhada.” (PARO, 2002 p.18)
A cada dia buscamos formas de aumentar a
participação da comunidade no cotidiano escolar. Ainda estamos buscando meios
de como estimular a comunidade a participar ativamente, a tomar decisões, a
assumir compromisso com os processos educativos. Pois sabemos que as questões
refletidas por todos, ampliam as alternativas para a busca por mudanças.
Por
isso buscamos formas de desenvolver o trabalho de gestão democrática, onde
todos juntos busquem formas de garantir o acesso, a permanência e aprendizagem
efetiva dos alunos com o objetivo de melhorar o processo de ensino e
aprendizagem para que se construa uma sociedade melhor para o futuro.
Queremos
com essa reflexão, um Projeto Político Pedagógico que não seja apenas mais um
texto no papel, como tantas vezes fomos obrigados a fazer, mas que represente a
realidade da nossa escola, mostrando realmente como é nossa comunidade, que
consiga buscar cada vez mais desenvolver os processos democráticos. Um documento que reflita sobre como a escola
irá fazer para atingir o objetivo fundamental da educação: a aprendizagem
efetiva de todos os alunos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FUSARI,
José Cerchi. O planejamento do trabalho pedagógico: algumas indagações e
tentativas de respostas. Série Ideias n. 8. São Paulo: FDE, 1998, pp. 44-53.
GANDIN,
D. A Posição do Planejamento Participativo entre as Ferramentas de Intervenção
na Realidade. In: Currículo sem Fronteiras, Porto Alegre, v.1, n.1, p.81-95,
Jan/Jun 2001.
Disponível
em: <http://www.curriculosemfronteiras.org/vol1iss1articles/gandin.pdf
>. Acesso em: 30 mar. 2015.
PARO,
V. H. Implicações do caráter político da educação para a administração da
escola pública. In: Educação e Pesquisa, São Paulo, v.28, n.2, p. 11-23,
jul./dez. 2002. Disponível em:
< http://www.vitorparo.com.br/wp-content/uploads/2014/06/implicacoesdocaraterpoliticodaeducacaoparaaadministracaodaescolapublica.pdf>.
Acesso em: 30 mar. 2015.
VEIGA,
IPA. Inovações e projeto político pedagógico: uma relação regulatória ou
emancipatória. Cadernos do CEDES, 2003 Dez; 23(61): 267-281.
VEIGA,
Ilma Passos A. Projeto político-pedagógico da escola: uma construção coletiva
In: VEIGA, Ilma Passos A. (org.). Projeto político-pedagógico da escola: uma
construção possível. Campinas: SP. Papirus, 2004.
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