segunda-feira, 25 de maio de 2015

PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DO PROJETO DE INTERVENÇÃO
NA ESCOLA 

A Educação é um direito básico fundamental para preparar o ser humano para o pleno desenvolvimento de sua cidadania. Quando a pessoa tem seu direito à educação de forma qualitativa pode exercer melhor sua cidadania, pois tem condições de usufruir e de defender seus demais direitos.
A escola tem na sociedade a função de propiciar o acesso aos saberes construídos historicamente pelos homens, como também a construção de novos saberes para que os alunos tenham capacidade de participar crítica e criativamente da sociedade em que estão inseridos.
Preparar esse saber de forma que os estudantes se apropriem criticamente dos conhecimentos, atitudes e valores que os tornem solidários, críticos, éticos e participativos são fundamentais ao desenvolvimento do indivíduo em seu exercício pleno da cidadania.
Refletir sobre o direito à educação tem como objetivo colocar em prática que o processo de ensino e aprendizagem seja de fato de qualidade.
Historicamente o direito à educação é uma conquista do ser humano que vem sendo considerado ao longo dos anos pelas agências internacionais. Durante a História vários documentos foram feitos em busca de uma Educação para todos que priorize a qualidade.
Com a Declaração Universal dos Direitos do Homem, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1948; o direito à educação tornou-se um direito internacional. A partir disso vem sendo lutando para que a Educação seja direito de todos os povos.
 Na Declaração Universal de Direitos Humanos fica claro que todas as pessoas têm direito a educação. Os direitos humanos vieram para dar dignidade a cada ser humano, que é único, e por isso merece ser respeitado em sua individualidade, não sendo de modo algum discriminado.
Também foi falado na Declaração dos Direitos da Criança (1960) sobre a obrigação da criança receber educação gratuita, pelo menos no ensino primário. Sendo que essa educação deveria ser capaz de desenvolver aptidões que a ajudassem a tornar-se uma pessoa útil na sociedade.
Mas apesar da Educação ser reconhecida como um direito universal, e de tudo que foi discutido nas declarações acima citadas notamos uma divergência entre a lei e o que de fato acontece com a Educação.
Na Declaração Mundial de Educação para Todos de 1990, cento e cinquenta e cinco países se comprometeram em acabar com o analfabetismo, e oferecer educação básica para todos até o ano 2000. 
A Declaração Mundial de Educação para Todos tem como objetivo satisfazer as necessidades básicas da aprendizagem de todas as crianças, jovens e adultos. Para tanto, é necessário universalizar, melhorar a qualidade, bem como tomar medidas efetivas para reduzir as desigualdades na Educação.
Contudo o que vimos é que o compromisso deixou de ser cumprido, e no Sul da Ásia e na África o número de analfabetos aumentou.
Por isso em 2000, cento e oitenta e cinco governos participaram da Conferência de Educação em Dakar (Senegal), para assumir novamente os compromissos com uma Educação para todos até o ano 2015. 
Foi realizada a Declaração do Milênio das Nações Unidas que possui dezoito metas que devem ser alcançadas até o ano de 2015.  Sendo uma delas garantir que, até 2015, as crianças terminem o ensino básico.
Historicamente, no Brasil, somente na Constituição de 1967 a Educação é proclamada como dever do Estado, mas ainda não existiam instrumentos que exijiam o cumprimento desse dever.
Na Constituição de 1988, além de constar como dever do Estado, o acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo e o não-oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
Vemos que a garantia do direito à educação de qualidade além de estabelecido na Constituição Brasileira de 1988, também é estabelecido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/1996) e no Plano Nacional de Educação (PNE), além das Constituições dos Estados Federados e das leis orgânicas dos municípios.
Através da análise crítica das políticas públicas percebemos que neste momento, existe uma busca por uma transformação, onde se busca uma gestão com a participação de todos: educadores, familiares, alunos e demais membros da comunidade na construção de uma escola de qualidade.
A implantação da gestão democrática é um fator que pode contribuir na educação qualitativa como um direito de todos. O objetivo da gestão escolar democrática é a qualidade da educação, e também contribuir para que os alunos se desenvolvam no exercício dos direitos políticos; e na busca pela transformação de uma sociedade mais justa.
A lei brasileira estabelece o princípio da gestão democrática, onde a gestão da escola acontece com a participação da comunidade escolar.
A Gestão Democrática do Ensino Público está prevista no artigo 206 da Constituição Federal de 1988, na Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB lei nº. 9.394/96), nas propostas do Plano Nacional de Educação (PNE lei nº.10.172/2001) e também nas diretrizes do Conselho Estadual de Educação de São Paulo e Conselho Municipal de Sorocaba. O objetivo da gestão democrática é dar autonomia administrativa, pedagógica e financeira para as escolas.
Os princípios da gestão democrática do ensino público está presente no Inciso VI do art. 206 da Constituição Federal. A LDB no seu art. 14 traz os seguintes princípios: I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação prevê a gestão democrática de acordo com as especificidades de cada instituição de ensino em seu artigo 14, prevendo também em seu artigo 15 que deve ser assegurado pelos sistemas de ensino graus de autonomia pedagógica, administrativa e financeira de forma progressiva.
O Plano Nacional de Educação tem também como diretriz em seu artigo 2 (inciso VI) o princípio da gestão democrática da educação pública. Tendo como meta 19 assegurar condições de estabelecer a gestão democrática através da formação de conselheiros, constituição e fortalecimento de grêmios estudantis, associações de pais, conselhos escolares e conselhos municipais de educação, participação de profissionais da educação, alunos e pais na construção do projeto político pedagógico, do regimento escolar e do currículo escolar favorecendo a autonomia pedagógica, administrativa e financeira. O PNE tem como diretrizes a erradicação do analfabetismo; universalização do atendimento escolar; superação das desigualdades educacionais; melhoria da qualidade do ensino, entre outros.
Melhorar a qualidade do ensino é um dos objetivos centrais do Plano Nacional de Educação. O Plano prevê também a criação de Planos Estaduais e Municipais de Educação.
Na cidade de Sorocaba o Plano Municipal de Educação também definirá metas educacionais para um período de dez anos. Foi criado uma comissão do Plano Municipal de Educação através da portaria Sedu nº 40/2014 que dispõe sobre a criação da Comissão Executiva e a de Sistematização e Acompanhamento do Plano Municipal de Educação- PME. A previsão é de que o plano seja entregue a Câmara Municipal, em agosto de 2015.
Mas, além da Constituição Federal, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e do Plano Nacional de Educação, temos as Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas dos Municípios.
Para o cumprimento das leis e diretrizes da educação são criados os Conselhos Estaduais e Municipais de Educação.
O Conselho Estadual de Educação de São Paulo estabelece regras para as escolas de todas as redes - estaduais, municipais e particulares. Também orienta as instituições de ensino superior públicas do Estado, bem como credencia seus cursos. Tem como função orientar, acompanhar e avaliar políticas, buscando descentralizar as decisões.
O Conselho Municipal de Educação emite Deliberações, Indicações e Pareceres em relação as questões técnicas, pedagógicas e administrativas do ensino.
Nosso município tem como diretrizes orientar as instituições de Ensino Municipal na elaboração do Projeto Político Pedagógico, fortalecer a atuação dos conselhos escolares até final de 2015, formar os conselheiros escolares, organizar plenárias públicas para divulgar as práticas da Secretaria da Educação, fortalecer os canais de escuta com as comunidades, elaborar o calendário escolar com a participação dos diversos segmentos, aumentar a participação dos alunos e fortalecer a gestão democrática.
Mas de nada adianta a Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o Plano Nacional de Educação, as Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas dos Municípios terem como objetivo a busca de uma educação de qualidade através de uma gestão democrática, se a comunidade escolar não participar ativamente das decisões.
A democratização da gestão escolar implica superar o processo de decisão centralizado estabelecendo e consolidando a gestão colegiada, cujas as decisões envolvem todos os segmentos da escola.
Autores como Veiga (1997) e Gadotti (2001) acreditam que só através de um trabalho democrático envolvendo toda a comunidade escolar podemos romper com o autoritarismo que ainda acontece em grande parte das escolas e desenvolver um trabalho na busca de uma escola pública de qualidade.
O trabalho com a gestão democrática ainda encontra muita resistência, pois durante o decorrer da história no Brasil, a função de diretor era meramente burocrática. O diretor respondia às instâncias superiores e tomava todas as decisões para administrar a escola. E na cabeça das pessoas esse modelo está inculcado devendo prevalecer até hoje.
Existia um modelo de gestão escolar cuja necessidade era que uma pessoa controlasse tudo e tomasse todas as decisões, devido as políticas públicas da época. Esse papel cabia ao diretor escolar. Isso acontece porque o modelo escolar da sociedade é um reflexo do seu tempo.
De acordo com Afonso (2001), a escola tinha que ter as decisões centralizadas para contribuir com a política que vigorava de que as identidades deveriam ser construídas em torno de um pensamento político e cultural comum, a fim de fortalecer o Estado-Nação. Ou seja, a educação escolar para o povo transmitia aquilo que era considerado necessário como o correto, ignorando as culturas, raças, línguas e religiões diferentes, não se comprometendo assim com a transformação social.
O que se buscava era unificar a aprendizagem criando uma falsa igualdade, que na verdade servia para esconder as desigualdades que existiam. Considerava-se determinados conhecimentos como interesse de todos, quando na verdade aquilo só interessava as classes dominantes.
Segundo Gadotti (2001) se as pessoas que fazem parte da comunidade escolar (gestores, professores, alunos, pais, funcionários) não conhecerem o significado político da autonomia não adianta nada existir uma Lei de Gestão Democrática.
Por isso a gestão democrática exige uma ruptura com o modelo de gestão centralizadora que ainda existe.
A gestão democrática possibilita à escola uma construção de projetos educativos articulados com as políticas nacionais, diretrizes do Estado e município e ao mesmo tempo a oportunidade de cada escola ter autonomia de tomar decisões por pessoas que conheçam a sua realidade.
Esse tipo de gestão democrática que conta com a participação de pais, estudantes, professores e funcionários na tomada de decisões e análise dos problemas da escola, faz com que as escolas melhorem seu ensino através de uma prática que valoriza a todos da comunidade escolar.
Para construir uma gestão democrática são necessárias a criação de práticas democráticas, que valorizem a participação da comunidade escolar na análise e soluções de desafios encontrados no cotidiano escolar com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino da escola.
Contribuem para a efetivação de uma gestão democrática a criação e o fortalecimento de Conselhos Escolares, a Associação de Pais e Mestres, a construção do Projeto Político Pedagógico de forma coletiva e democrática atendendo aos anseios da comunidade a que pertence, discutir a questão financeira de forma coletiva. Enfim, a gestão deve contar com a participação de todos na definição dos objetivos, pensando em como eles serão atingidos, quais os recursos disponíveis para alcançá-los, como as verbas recebidas pela escola serão utilizadas.
O Conselho Escolar não é o único órgão de representação, mas é um dos instrumentos de democratização da escola pública. São órgãos colegiados compostos por direção da escola, estudantes, pais, professores e funcionários da escola cuja atribuição é deliberar sobre questões político-pedagógicas, administrativas, financeiras da escola.
Suas funções são deliberativa (onde se decide e aprova casos de sua competência), consultiva (onde os membros opinam, emitem pareceres), fiscal (onde se fiscaliza, supervisiona e aprovar a prestação de contas) e mobilizadora (onde se promove e estimula a participação).
Compete ao Conselho Escolar definir prioridades, debater sobre os principais problemas da escola e suas possíveis soluções, avaliar o trabalho escolar, fazer cumprir o Regimento Escolar (as normas disciplinares relativas a direitos e deveres de todos), participar da elaboração do calendário escolar, no que competir à unidade escolar, observada a legislação vigente; aprovar o plano anual, elaborado pela direção da escola, sobre a programação e a aplicação de recursos financeiros, promovendo alterações, se necessárias, estabelecer e acompanhar o projeto político-pedagógico (que através das discussões da comunidade escolar define suas prioridades e objetivos e os problemas que precisam ser superados, por meio de soluções propostas pela comunidade escolar), acompanhar a evolução dos indicadores educacionais (abandono escolar, aprovação, aprendizagem, entre outros), propondo, intervenções pedagógicas e/ou medidas socioeducativas, contribuindo com a melhoria da qualidade social do processo ensino-aprendizagem.
Debater os problemas, tomar decisões, desenvolver e avaliar as ações pedagógicas e administrativas, através do Conselho de Escola, possibilitam um aprendizado político democrático de formas bem-sucedidas de lidar com as situações do cotidiano da escola.
Navarro et al (2004, p.38) afirmam que [...] “Os conselhos escolares contribuem decisivamente para a criação de um novo cotidiano escolar, no qual a escola e a comunidade se identificam no enfrentamento não só dos desafios escolares imediatos, mas dos graves problemas sociais vividos na realidade brasileira”.
O projeto político pedagógico também é fundamental para o desenvolvimento de um trabalho com a gestão democrática. Através dele são definidas ações para atingir metas e objetivos da escola.
Esse documento não pode ser feito para ficar guardado, deve ser constantemente visto, avaliado, replanejado a fim de que realize seu objetivo.
O projeto político pedagógico de cada escola deve ter como norteador o Plano Nacional de Educação (PNE) que define as diretrizes, os objetivos e as metas para todos os níveis e modalidades de ensino; para a formação e valorização do magistério e para o financiamento e a gestão da educação, num período de dez anos.
Todas as escolas municipais de 2007 a 2014 contavam com o Plano de Trabalho Anual que servia como o planejamento de gestão de cada escola durante o ano.
Nesse plano de trabalho o planejamento pedagógico de cada escola era contemplado com as ações que envolveriam o monitoramento de aprendizagem dos alunos, o atendimento educacional para alunos com deficiência, a garantia da assiduidade dos alunos, a garantia da participação da comunidade através de colegiados como Conselhos Escolares e Associação de Pais e Mestres, Recuperação Paralela e Reforço Escolar para os alunos com baixo rendimento escolar, o processo de avaliação, a valorização de docentes e funcionários.
Até que no ano de 2014 os gestores das escolas municipais começaram a ter formações realizadas pela Secretaria da Educação para reelaborar ou construir nas escolas novas seu Projeto Político Pedagógico. Em outubro foram iniciados os estudos sobre o Marco Referencial. Foram propostos para o início do ano de 2015 a elaboração do diagnóstico da escola e a construção do documento de forma reflexiva, crítica e realizada com a colaboração de toda a comunidade escolar.
Vemos o quanto a participação da comunidade enriquece o trabalho do cotidiano escolar. Segundo BARRETO (s/d)
“... Na verdade, pais e alunos têm também tudo para ajudar a fazer do currículo um conhecimento vivo, que se despega das verdades esclerosadas de alguns livros didáticos e pode tornar-se uma via de enriquecimento recíproco: dos alunos, dos professores e das próprias famílias”. p. 4
Porém ainda é um desafio grande a consolidação da gestão democrática no envolvimento da comunidade escolar. A maioria das pessoas não se evolvem ou se envolvem minimante. Alguns se prontificam a participar, comparecem mas não opinam, apenas fazendo número, sempre concordando com tudo e dizendo que não tem nada melhor a acrescentar.
O processo participativo, no entanto, não deve acontecer para que o poder público se exima de suas responsabilidades cabendo somente às escolas resolver todos os seus problemas com seus próprios recursos. Mas sim deve ser o comprometido com uma escola democrática que busca uma educação de qualidade para seus alunos.
É fato que só existe um comprometimento com aquilo que temos a consciência de que afeta nossas vidas. Ninguém se compromete quando é obrigado a fazer, e sim quando quer fazer. Por isso nosso desafio é buscar caminhos para lidar com as diversas dificuldades e desenvolver uma forma de participação onde a comunidade esteja de fato comprometida com a melhoria da escola, envolvendo todos os aspectos do ambiente escolar.
A busca pela gestão democrática tem como finalidade a construção de uma educação de qualidade, mas sentimos que na atualidade está sendo considerado muitas vezes apenas a qualidade da educação em termos de notas das avaliações externas, sem levar em consideração as realidades dos diferentes contextos educativos. Isso acaba prejudicando a análise dos verdadeiros porquês para a busca dessa qualidade da educação na escola.
Portanto, percebe-se que o direito a uma Educação de qualidade só será efetivo quando os processos de ensino e aprendizagem buscarem não apenas garantir a presença dos alunos na escola e estabelecer medidas que permitam a diminuição da evasão e da repetência, e sim quando oferecerem um ensino de qualidade capaz de formar cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres.
A escola pública pode contribuir para a democratização da sociedade quando tornar sua gestão democrática, e se comprometer com o interesse de toda a comunidade escolar.
Spósito (2000) mostra que a gestão democrática pode melhorar a qualidade do ensino se for utilizado como meio de mudar as práticas escolares. Mas adverte que nenhum instrumento criado pode transformar a qualidade da educação pública se não existir um compromisso coletivo para transformar a realidade da escola. 
O desafio da escola pública é grande. Mas só o trabalho com a gestão democrática poderá constituir um caminho para a escola pública que irá "substituindo a cultura patrimonialista pela cultura participativa e cidadã" (NAVARRO et al, 2004, p. 35).
Como gestores devemos sempre buscar conscientizar e possibilitar o processo de tomada de decisão em conjunto com professores, funcionários, alunos e pais de alunos diante dos problemas que surgem, para buscar as soluções para os mesmos. 
Apesar dos esforços realizados por países do mundo inteiro para assegurar o direito à Educação de qualidade para todos, muitas crianças ainda continuam sem acesso ao ensino primário, muitos adultos ainda são analfabetos ou não têm acesso ao conhecimento impresso, e as novas habilidades e tecnologias; e crianças e adultos não conseguem concluir seus estudos.
Acreditamos que uma verdadeira transformação só ocorrerá quando houver uma conscientização de que a participação coletiva pode de fato realizar uma mudança na busca da educação de qualidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARRETO, Elba Siqueira de Sá.  A participação na escola: contribuições para a melhoria da qualidade da educação. Disponível em: < http://escoladegestores.mec.gov.br/site/5-sala_planejamento_praticas_gestao_escolar/pdf/u1_saibamais8.pdf>. Acesso em: 08 fev.2015
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federal do Brasil (1988). Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em:                      <http://www.senado.leg.br/legislacao/const/con1988/CON1988_05.10.1988/art_206_.shtm >. Acesso em: 07 abr. 2015
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 23/12/1996, p.27.833. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em: 07 abr. 2015
__________. Lei n. 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 10/1/2001, p.1.   Disponível em: < http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001324/132452porb.pdf >. Acesso em: 07 abr. 2015
Declaração dos Direitos da Criança. Disponível em:  <http://www.culturabrasil.org/direitosdacrianca.htm>. Acesso em 16 ago.2014.
Declaração Mundial sobre Educação para Todos. Disponível em: <http://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10230.htm>. Acesso em 18 ago. 2014
Declaração do Milénio Das Nações Unidas. Disponível em: <http://direitoshumanos.gddc.pt/3_1/IIIPAG3_1_11.htm >. Acesso em 18 ago.2014
ESTADO DE SÃO PAULO. Conselho Estadual de Educação: Disponível em:                           < http://www.ceesp.sp.gov.br/>. Acesso em: 04 dez. 2014
GADOTTI, Moacir. Concepção dialética da educação: um estudo introdutório. São Paulo: Cortez, 2001.
TAGLIAVINI, João Virgílio. Do direito à educação ao direito educacional.
Disponível em: http://www.cfge.ufscar.br/file.php/354/EG_2014/Biblioteca_Geral_EG2014/Do_Direito_a_Educacao_ao_Direito_Educacional.pdf>. Acesso em 20 ago.2014
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. (Org.) Projeto Político Pedagógico – Uma Construção Possível. Campinas, SP: Papirus, 1997
SILVA, Marcelo Soares Pereira da Silva. A relação entre planejamento-plano-projeto. Disponível em: < http://escoladegestores.mec.gov.br/site/5-sala_planejamento_praticas_gestao_escolar/pdf/u1_1.pdf>. Acesso em: 04 fev.2015
__________________. O gestor escolar frente o desafio da participação no planejamento do trabalho escolar: dimensões e significados Disponível em: < http://moodle3.mec.gov.br/ufscar/file.php/1/gestores/planejamento/pdf/u1_3.pdf>. Acesso em: 02 fev.2015
SILVA, Marcelo Soares Pereira da Silva. O planejamento em educação. Disponível em: < http://escoladegestores.mec.gov.br/site/5-sala_planejamento_praticas_gestao_escolar/pdf/u1_4.pdf>. Acesso em: 02 fev.2015
__________________. Planejamento e o cotidiano escolar. Disponível em: < http://escoladegestores.mec.gov.br/site/5sala_planejamento_praticas_gestao_escolar/pdf/u1_a.pdf>. Acesso em: 05 fev.2015
NAVARRO, Ignez Pinto. et al. Conselhos Escolares: democratização da escola e construção da cidadania caderno 1(Programa de Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares). Brasília: MEC/SEB, 2004.
SPÓSITO, Marília Pontes. Educação, gestão democrática e participação popular. In: Bastos, João Baptista (org.). Gestão Democrática. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2000. p. 45-56.




sábado, 9 de maio de 2015

CONSTRUÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO
Construção do Projeto de Intervenção

Nossa escola atende 1100 alunos do Ensino Fundamental ( 1º ao 5º ano). Possui  38 turmas , sendo que 10 delas estudam em tempo Integral  e duas turmas são de Educação de Jovens e Adultos (. Aos sábados temos atividades que promovem práticas educativas, artísticas, culturais, esportivas e lúdicas para a comunidade.
Nossa Unidade está num bairro bairro carente da cidade, predominantemente residencial, que tem crescido muito. Um dos fatores de crescimento desta região foi a duplicacão e a urbanização de suas duas principais vias. Outro fator foi a construção de vários condomínios e loteamentos residenciais.
Os locais mais frequentados pela comunidade são a escola no final de semana, as atividades de informática e as igrejas para atividades de lazer, socialização e espiritualidade. 
Buscamos desenvolver na Unidade a prática da gestão democrática. Na gestão democrática é fundamental a participação de todos da comunidade escolar no processo educativo dos alunos, na tomada de decisão, no compartilhamento do poder. Todos são responsáveis pela escola. Porém isto ainda é recente e não incorporado como prática, de modo que grande parte das pessoas não tem esse pensamento.
Segundo Riscal (2009), o Conselho Escolar é um instrumento de tomada de decisão e a garantia de implementação da democracia na escola. É um órgão composto por gestores da escola, representantes dos pais, docentes, alunos e funcionários sendo responsável pelos objetivos e metas a serem alcançados pela escola.
Por isso a participação da nossa comunidade escolar acontece através dos colegiados do  Conselho Escolar e da Associação de Pais e Mestres , que são órgãos fundamentais na busca pela gestão democrática. Seu compromisso é a transparência e a divulgação de seus atos para a comunidade escolar, garantindo assim a participação da comunidade nas decisões.
Um documento importante  para que a escola desenvolva a gestão democrática é seu Projeto Político Pedagógico ( PPP).
Segundo Moacir Gadotti (1994), a elaboração do Projeto Político Pedagógico permite uma mudança de concepção da escola pública: um lugar que reflete as conquistas da comunidade, através da implantação da democracia dentro do âmbito escolar.
Durante muito tempo a escola ficou sem a realização do PPP, sendo substituído pelo PTA (Plano de Trabalho Anual).
Achávamos que o PPP tinha sido substituído pelo PTA, mas que no fundo era a mesma coisa, apenas com o nome diferente. Porém com os estudos realizados vimos que o PTA é apenas uma parte do PPP (que é muito mais amplo e complexo).
Esse tipo de documento sempre foi feito para ser entregue à Secretaria da Educação, o que não fazia nenhum sentido para nós.
A Secretaria da Educação , percebendo isso, têm estudado com toda a rede sobre o PPP. Isso é muito importante pois ajuda com que todos entendam a importância desse documento.
O anseio da Secretaria da Educação é construir um documento coerente e relevante para a escola. Aprendemos muitas coisas sobre este documento, dúvidas foram esclarecidas, vimos como este documento pode ajudar na transformação da realidade da nossa escola, e nos ajudar a solucionar problemas que enfrentamos.
As atividades e textos propostos pela pós graduação de gestão educacional da Ufscar também nos ajudou a reorganizar nossas ideias sobre o PPP,  e têm mostrando a importância de se construir esse documento e como ele deve ser construído.
Começamos a entender que o PPP deve ser construído por todos, tendo a reflexão e a discussão dos problemas da escola, buscando alternativas para solucioná-los , para ser uma prática democrática que rompa com aquilo que sempre fizemos: entregar documentos impostos, que devem ser feito daquela maneira, sem reflexão e sem saber o motivo de se fazer aquilo.
Perguntas como : “Que escola a comunidade quer?” e “O que representa a escola para a comunidade?” devem ser respondidas para termos a visão da comunidade escolar em relação a própria escola.
Diante desses questionamentos tivemos dúvidas em relação ao plano de intervenção que deveríamos escolher para realização do nosso trabalho de conclusão de curso da pós graduação.
O último PPP da nossa escola tem a data de 2007. A equipe gestora, muitos professores , comunidade escolar e funcionários não estiveram presente naquela época, e o documento está bem desatualizado.
 Ficamos em dúvida sobre o que seria melhor nesse caso: reelaborar ou construir novamente esse documento? Depois de refletirmos e discutirmos pensamos que deveríamos reelaborar o documento PPP, pois  é um documento que já existe na escola. Não poderíamos desprezar aquilo que já foi construído, pois nos serviria como objeto de estudo para verificarmos o quanto nossa escola já caminhou e  o quanto precisa caminhar na busca da educação de qualidade para todos os nossos alunos.
Muitos professores não conseguem perceber a importância de se ter um documento escrito , pois acreditam que as dificuldades impedem o cumprimento do planejamento. Também consideram que a reelaboração do PPP é mais uma tarefa para eles darem conta.  Além de acreditarem ser isso apenas um procedimento burocrático ,não refletindo o cotidiano da escola, pois para eles não se escreve o que realmente pretende realizar.
Sabemos da dificuldade de criar o Projeto Político Pedagógico por escrito, pois se acredita que esse documento não mostra de fato o cotidiano escolar. Fusari (1998) nos mostra que isso acontece porque os professores acreditam que podem trabalhar sem planejamento, que não adianta planejar pois os problemas da escola sempre levam ao improviso, que o planejamento é apenas teórico não refletindo a prática .
Se o objetivo da escola é que os alunos adquiram conhecimentos que possibilitem a reflexão sobre o mundo em que vivem para que eles possam transformar a realidade em que vivem, lutando por seus direitos e melhores condições de vida, entendemos que nosso documento deve refletir sobre como a escola irá fazer para atingir o objetivo fundamental da educação:  a aprendizagem efetiva de todos os alunos.
Por isso queremos um Projeto Político Pedagógico que não seja apenas mais um texto no papel, mas que represente a  realidade da nossa escola, mostrando realmente como é nossa comunidade, para buscarmos cada vez mais desenvolver os processsos democráticos.       
Nossa escola é vista pela comunidade em geral como referência no bairro, pois a procura por vagas é muito grande . No entanto, sabemos que existem muitos pontos frágeis que podem ser melhorados na Unidade .
De acordo com Azevedo (2005) o PPP deve mostrar cada escola como ela de fato é, com seus pontos fortes e seus pontos frágeis, por isso quanto mais democrática a escola for, mais ela conseguirá alternativas para problemas do seu cotidiano.
Descobrimos que quando registramos aquilo que acontece na escola, podemos refletir na busca de alternativas criativas para os problemas que enfrentamos no dia a dia da escola.
Em nossa busca pela consolidação da gestão democrática inicialmente fizemos uma pesquisa para ver que pais desejariam participar do Conselho de Escola e Associação de Pais e Mestres ( A.P.M), explicando em breves palavras como funcionam cada um dos colegiados e que horários eles se reúnem, e tivemos trinta e cinco pais que mostraram interesse em participar, sendo que no ano passado só três pais se mostraram interessados. Embora a participação dos pais ainda seja seja pequena, foi um aumento significativo de pais que se mostraram interessados em participar.
A participação da comunidade no cotidiano escolar faz com que a escola seja de fato democrática, sendo um dos fatores de melhoria do processo de ensino e aprendizagem dos alunos.
Após levantamento de dados  de caracterização do munícipio e do bairro em que a escola está inserida e de debate com a comunidade escolar sobre a caracterização da Unidade foram definidas prioridades para nosso PPP com o objetivo de melhorar cada vez mais nossa qualidade do processo de ensino e aprendizagem. Tivemos a representação de pais, professores e funcionários pensando  sobre quais as necessidades prioritárias da escola e o que pode ser feito para saná-las.
O diagnóstico apontou como pontos fortes da escola: bom relacionamento e cooperação da equipe escolar, atendimento das solicitações  feito com dedicação, interesse dos professores na busca de soluções para sanar as dificuldades dos alunos, mobilização de toda equipe em prol da criança, atendimento de alunos com baixo rendimento em recuperação paralela, grande empenho para um atendimento de qualidade, independente da falta de funcionários, participação da comunidade nas festas da escola e comprometimento da equipe.
Como pontos frágeis foram apontados: manutenção do prédio escolar, pintura do prédio, melhoria dos brinquedos do parque, acompanhamento mais intenso de alunos faltosos, aprimoramento da sala de leitura da escola, materiais pedagógicos de qualidade como novos livros para a sala de leitura e participação da comunidade no cotidiano escolar.
O Projeto Político Pedagógico deve ser constantemente debatido para que a escola tenha bons resultados. De acordo com Veiga(2003), o Projeto Político Pedagógico deve debater de forma permanente os pontos frágeis da escola, com o objetivo de se buscar ações para saná-las.
Em termo de manutenção a equipe gestora encontrou  o prédio em total  abandono, sendo um trabalho penoso para recuperá-la. Consideramos que nosso prédio está abandonado pelo poder público, pois após constantes pedidos das diversas gestões apenas pequenos reparos foram realizados o que não são suficientes para melhorar a qualidade do prédio.
Temos graves problemas de manutenção da estrutura do prédio: infiltração,  elétrica, hidráulica. Sofremos também com os vandalismos constantes:  quebra de vidros, pichações. Isso faz o trabalho realizado de manutenção do prédio não aparecer, pois sempre arrumamos coisas já consertadas, não tendo dinheiro por exemplo para pintar o prédio e deixá-lo com uma aparência mais agradável e acolhedora para a comunidade escolar.
Para a manutenção da estrutura do prédio  ficou decidido que manutenções de porte grande como elétrica, hidráulica continuarão a ser encaminhados para o setor de manutenção da Prefeitura, e pequenas manutenções serão feitas com os recursos das contribuições voluntárias da A.P.M, PDDE e verba recebida mensalmente pela Prefeitura para despesas de caráter emergencial.
A limpeza do filtro central foi solicitada para a Prefeitura, mas a mesma respondeu que essa questão está passando por período de licitação, sendo demorado esse processo. Por tanto a comunidade definiu que essa manutenção será feita com recursos da A.P.M.
A retirada das pombas da quadra (que está sendo aguardada desde o ano passado) e a colocação de argila expandida em locais onde não se consegue retirar a água acumulada também serão realizadas com recursos da A.P.M. Todas essas questões foram tratadas como urgentes visto que são para beneficiar a saúde de alunos, professores e funcionários da escola.
O muro de uma parte da escola foi derrubado numa colisão de um carro que fugia da polícia. Apesar dessa manutenção já ter sido solicitada para a Prefeitura , por enquanto, foi colococado provisoriamente tapume para fechar o local. Os colegiados consideram a necessidade urgente do conserto do muro, para a segurança dos alunos, por isso sugeriram que se fizesse uma carta com o pedido dos membros solicitando essa urgência.
Após diversos pedidos para o setor de manutenção obtivemos algumas repostas:  foram mandadas equipes  para verificar os problemas hidráulicos e elétricos, fomos informados que a escola passará por reformas (previstas para o segundo semestre do ano de 2015), foi realizadas dedetização de formigueiros, limpeza da caixa de água, poda das árvores que estavam entupindo as calhas, roçagem do mato e foi iniciada a manutenção elétrica.
Para a pintura das salas os professores se mobilizaram e já conseguiram pintar diversas salas do prédio. No período de recesso do mês de julho será programado pintura de mais salas de aula. Tivemos também a parceria do irmão de uma funcionária que pintou a entrada de um dos prédios com desenhos, deixando o ambiente mais acolhedor para nossos alunos.
 A melhoria dos brinquedos do parque ficou definida para ser realizada no segundo semestre. Pretendemos melhorar 50% dos brinquedos do parque. A supervisora da escola também está ajudando nesse processo, pois seu pai irá fazer a manutenção dos brinquedos, ficando para a escola a despesa apenas de comprar o material necessário.
Será realizada a Festa Junina tendo como um dos objetivos conseguir recursos para a manutenção dos brinquedos, bem como conseguir fundos para a festa da semana da crinça. 
O acompanhamento de alunos faltosos  será acompanhada pelo processo  “Onde está o Wally?” onde a Orientadora Pedagógica através de contato telefônico verifica com os pais o motivo das faltas dos alunos,  os pais também são chamados para  assinar termo  sobre orientações em relação a importância da frequência dos alunos; e após essas medidas os casos são encaminhados ao Conselho Tutelar. Como meta queremos reduzir o índice de faltas excessivas  em 80%.
Ficou definido que no final do ano serão adquiridos novos livros para a sala de leitura, já que a mesma recebeu diversos títulos do MEC e do projeto PNAIC que serão cadastrados e disponibilizado para o trabalho dos professores.
 O trabalho da sala de leitura da escola já está sendo feito com um projeto oferecido pela secretaria de educação: que conta com duas professoras da nossa escola , uma no período da manhã e uma no período da tarde para desenvolver o aprimoramento do trabalho da sala de leitura, que já contava no ano anterior com o empréstimo de livro para os alunos feito por uma auxiliar de educação readaptada. No momento as professoras estão tendo formações  sobre como será o trabalho desenvolvido nesse projeto, e estão fazendo um levantamento de todo o material que se encontra na sala de leitura.
A participação da comunidade está acontecendo através de informativos , reunião de pais (com horários diferenciados para pais que não conseguem comparecer no horário estabelecido), pesquisas, festas, com isso buscamos formas de envolver cada vez mais a comunidade nos assuntos da escola. A meta é conseguir 70% da participação da comunidade.
Consideramos que a manutenção do prédio escolar, a pintura do prédio,e a melhoria dos brinquedos do parque são fundamentais para um bom acolhimento dos alunos.
O acompanhamento mais intenso de alunos faltosos, materiais pedagógicos como novos livros para a sala de leitura, aprimoramento da sala de leitura da escola e participação da comunidade escolar irão ajudar no aprendizado dos alunos.
Procuramos sempre  recordar aos professores, funcionários e comunidade seus pontos fortes, e mostrar as pessoas que estão chegando na escola todas as coisas boas que a Unidade tem e o bom trabalho realizado, para que a Unidade continue melhorando e desenvolvendo cada vez mais esses pontos fortes. Para aquilo que é percebido como índice abaixo do esperado são criados planos de ação para sua melhoria buscando ideias e contribuições dos vários segmentos.
A equipe gestora também reuniu-se com os membros do Conselho de Escola e da Associação de Pais e Mestres (A.P.M)  para estabelecer os objetivos e metas em relação as prioridades que foram definidas para o Projeto Político Pegagógico (P.P.P) da escola.
 E nessa etapa consideramos que a participação dos colegiados, em torno de 70%, foi significativa. Pais, professores e funcionários pensaram em como solucionar as necessidades definidas para uma melhor qualidade na aprendizagem.
Na gestão democrática a participação de todos no planejamento é fundamental.Para Gandin (2001) é necessário que o planejamento seja  participativo, onde com a colaboração de todos os envolvidos com seu saber, suas ideias, seu conhecimento da realidade  se busca transformar a realidade social através de ações elaboradas pelo grupo para solucionar os problemas apresentados. Essa participação inclui para ele diversos processos como: trabalho individual, trabalho em pequenos grupos e plenárias para que a decisão final evite “discussões polarizadas e formação de grupos que se degladiam”. (GANDIN ,2001.p. 93).
Cabe a comunidade comprometer-se em criar sua própria história, determinando os objetivos que pretendem alcançar e como irão realizar as mudanças que querem para o futuro.
 Os pontos frágeis da Unidade não devem apenas ser identificados, e  continuar lá sem serem melhorados, ou como se não fosse possível fazer qualquer coisa para mudá-los. Deve-se ter objetivos e metas que determinem ações, métodos e recursos para solucionar os problemas apresentados.
Existe uma luta muito grande para envolver a comunidade escolar. Pais, funcionários e os próprios professores não querem participar dos colegiados como Conselhos Escolares e APM, alegando falta de tempo, falta de capacitação para se envolver com esses órgãos.
É um trabalho árduo conseguir pessoas que se disponham a participar efetivamente nas soluções para a melhoria da escola, comprometendo-se com a qualidade da educação da nossa escola.
O que notamos é que as pessoas não querem assumir compromissos, pensar juntas para solucionar um problema, pois isso exige trabalho, esforço.
Todos querem melhorias, mudanças, mas são bem poucos que estão dispostos a realmente lutar por elas.
Apesar dessas dificuldades notamos que com o passar dos anos professores, funcionários e comunidade vão criando uma confiança na equipe gestora, e aos poucos vamos percebendo uma participação mais ativa.
Também cabe a nós, enquanto equipe gestora mostrar a real importância da gestão democrática, de ajudar na elaboração de um PPP consistente e que realmente tenha a cara da escola, bem como buscar ideias de como consolidar e fortalecer a gestão democrática.
No dia a dia da escola muitas vezes enxergamos tudo como várias peças desconectadas. Nosso desejo é que a comunidade escolar enxergue que uma coisa é interligada com a outra.Sentimos que começamos a montar um grande quebra cabeça que visa uma só coisa: a busca em oferecer a educação de qualidade para todos os nossos alunos.
A cada dia buscamos formas de aumentar a participação da comunidade no cotidiano escolar. Ainda estamos buscando meios de como estimular a comunidade a participar ativamente, a  tomar  decisões,a assumir  compromisso com os processos educativos. Pois sabemos que as questões refletida por todos, ampliam as alternativas para a busca por mudanças.
 Constantemente buscamos soluções para os desafios apontados e inovações que proporcionem um processo de ensino- aprendizagem mais dinâmico, prazeroso e eficaz.
Nosso desejo é conseguir cada vez mais trazer pessoas que se comprometam a melhorar a qualidade da educação da nossa escola.
Para modificar sua própria realidade cultural, a instituição educativa deverá apostar em novos valores. Em vez da padronização, propor a singularidade; em vez de dependência, construir a autonomia; em vez de isolamento e individualismo, o coletivo e a participação; em vez da privacidade do trabalho pedagógico, propor que seja público; em vez de autoritarismo, a gestão democrática; em vez de cristalizar o instituído, inova-lo, em vez de qualidade total, investir na qualidade para todos (VEIGA, 2003, p.279). 
A contribuição dos estudos foi fundamental para iniciarmos a reelaboração do PPP  da nossa Unidade, visto que esse documento sempre foi feito sem entender sua real importância, e como ele deveria ser elaborado, porque deveria ser elaborado e como seria útil para o trabalho desenvolvido na Unidade Escolar.
Acreditamos que “... pela educação como prática democrática se constrói o político e se concorre para uma sociedade mais cooperativa, mais compartilhada... e mais digna de ser compartilhada.” (PARO, 2002 p.18)
Por isso buscamos formas de desenvolver o trabalho de gestão democrática, onde todos juntos  busquem formas de garantir o acesso, a permanência e aprendizagem efetiva dos alunos com o objetivo de melhorar o processo de ensino e aprendizagem para que se contrua uma sociedade melhor para o futuro.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEVEDO, Janete Maria Lins de. O projeto político-pedagógico no contexto da gestão escolar. Salto para o Futuro, Série : Retratos da Escola, Boletim 12, junho/julho. 2005. Disponível em: < http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/150822RetratosEscola.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2014.
FUSARI, José Cerchi. O planejamento do trabalho pedagógico: algumas indagações e tentativas de respostas. Série Ideias n. 8. São Paulo: FDE, 1998, pp.  44-53.
GADOTTI, Moacir. O projeto político-pedagógico na escola: na perspectiva de uma educação para a cidadania. Brasília, 1994.  
GANDIN, D. A Posição do Planejamento Participativo entre as Ferramentas de Intervenção na Realidade. In: Currículo sem Fronteiras, Porto Alegre, v.1, n.1, p.81-95, Jan/Jun 2001.                        Disponível em: <http://www.curriculosemfronteiras.org/vol1iss1articles/gandin.pdf >. Acesso em: 30  mar. 2015.  
PARO, V. H. Implicações do caráter político da educação para a administração da escola pública. In: Educação e Pesquisa, São Paulo, v.28, n.2, p. 11-23, jul./dez. 2002. Disponível em:                                                  < http://www.vitorparo.com.br/wp-content/uploads/2014/06/implicacoesdocaraterpoliticodaeducacaoparaaadministracaodaescolapublica.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2015.
RISCAL, S. A. O Projeto Político Pedagógico (PPP) e a construção de uma sociedade democrática. In:____. Gestão democrática no cotidiano escolar. São Carlos: EdUFSCar, 2009. (Coleção UAB-UFSCar). 
VEIGA, IPA. Inovações e projeto político pedagógico: uma relação regulatória ou emancipatória. Cadernos do CEDES, 2003 Dez; 23(61): 267-281.