quinta-feira, 18 de dezembro de 2014


O PAPEL DA INCLUSÃO DIGITAL NA GESTÃO ESCOLAR

A revolução da Web 2.0 na década de 2000, fez com que os usuários da Internet tivessem um papel ativo na hora de produzir informações e conhecimentos na rede.
Com a facilidade de que qualquer um pode produzir as informações que quiser na Internet, não é mais necessário que uma pessoa seja especialista em computação para navegar na rede.
Ainda que aparentemente as crianças saibam utilizar as tecnologias melhor do que os adultos, cabe ao professor explorar as possibilidades pedagógicas e capacitar os alunos a usarem esse recurso de forma reflexiva.
O gestor educacional tem um papel central na inclusão digital, pois ele como liderança, deve oportunizar debates que busquem encontrar soluções para utilizar as tecnologias digitais de forma contextualizada no ensino e aprendizagem, bem como inserir esse trabalho coletivo de forma contextualizada no projeto político pedagógico.
Cabe ao poder público também disponibilizar espaços físicos adequados, equipamentos, materiais e a conectividade, para que de fato se possa incluir os alunos no mundo digital.
Como educadores não podemos simplesmente dizer que gostamos ou não da utilização da tecnologia. A educação para todos é um direito, por isso o papel da escola é fundamental na inclusão digital.

A inclusão digital de acordo com MONTANARO (2014) não consiste apenas em ter acesso a um computador com Internet, ela tem que ser vista de forma política, social e educativa. Ela busca dar condições para que as pessoas utilizem os computadores e qualquer tipo de tecnologia de forma a buscar melhores condições para sua vida.
 
A inclusão digital se dá, portanto, não com o acesso à tecnologia pura, mas sim como parte de um processo de inclusão social. O uso das tecnologias deve buscar, antes de tudo, um avanço no bem-estar de todo um grupo social, favorecendo sua cultura, suas necessidades e  suas particularidades. (MONTANARO, 2014, pág. 07)

 
Por isso é preciso criar condições para que os alunos sejam inseridos de verdade nas novas tecnologias. Não basta apenas disponibilizar computadores com acesso a internet. É necessário que as eles aprendam para que e porque fazem isso.
O uso das novas tecnologias no cotidiano escolar requer que professores se apropriem daquilo que estão utilizando, tenham clareza de seu papel e compromisso de buscar uma educação de qualidade para seus alunos.
Os educadores têm que dar condições para que seus alunos utilizem a tecnologia de forma reflexiva e possam ser capazes de construir seu próprio conhecimento e utilizar a tecnologia de forma colaborativa. E também propiciar ao aluno a oportunidade de exibir suas próprias criações. A participação do professor como mediador entre o aluno e a tecnologia é fundamental.
Cabe a escola ajudar os alunos a perceberem os pontos positivos e negativos da utilização das tecnologias.
Mas para que o professor seja capaz de trabalhar de forma adequada com as tecnologias, ele também precisa ser inserido nesse meio através de formação adequada e permanente, devido as constantes mudanças no uso das tecnologias.
As formações devem além de ser teóricas, serem práticas, possibilitando aos professores vivenciarem a prática com os equipamentos.
A escola muitas vezes desvaloriza a inclusão digital, pois julga como necessário somente o desenvolvimento da escrita e do raciocínio lógico. É necessário integrar o trabalho da escola com o uso das tecnologias existentes, para que a educação aconteça de forma estimulante e completa.
Atualmente o aluno não precisa ir à escola para buscar informações. Mas para interpretá-las, contextualizá-las, só a utilização das tecnologias não é suficiente. O professor é quem desperta no aluno o questionamento, fazendo com que ele possa refletir e chegar as suas próprias conclusões.
A educação escolar precisa compreender e incorporar mais as novas linguagens, desvendar os seus códigos, dominar as possibilidades de expressão e as possíveis manipulações. É importante educar para usos democráticos, mais progressistas e participativos das tecnologias, que facilitem a evolução dos indivíduos. (MORAN, 2008,  pág. 05)
 
O desafio dos educadores é de incluir cada vez mais os alunos no mundo digital, dando condições para que eles aprendam a buscar através da utilização reflexiva da tecnologia melhorias para sua vida e da comunidade em que estão inseridos.
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
 
CASTELLS, M.; CARDOSO, G. (org.). A Sociedade em Rede: do Conhecimento à Acção Política. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2006. Disponível em:
MONTANARO, P. R. A internet e a inclusão digital.  Ambiente Virtual de Aprendizagem do Curso Formação de Gestores Educacionais. São Carlos: UFSCar, 2014.
Disponível em:   
<http://www.cfge.ufscar.br/file.php/354/EG_2014/Biblioteca_Geral_EG2014/ot_materialdidatico_a_internet_e_a_inclusao_digital_de_paulomontanaro_versaofinal.pdf>. Acesso em: 24 out. 2014.
MORAN, J. M. As mídias na educação. 2008. Disponível em
SETTE, S. S. A tecnologia contribuindo para uma escola cidadã. Ambiente Virtual de Aprendizagem do Curso Formação de Gestores Educacionais. São Carlos: UFSCar,2014. Disponível  em: http://www.cfge.ufscar.br/file.php/354/EG_2014/Biblioteca_Geral_EG2014/a_tecnologia_contribuindo_para_uma_escola_cidada.pdf . Acesso em: 18 out.2014
 
 


2 comentários:

  1. Bianca, eu também acredito que os recursos tecnológicos podem e devem ser utilizados a serviço do bem coletivo. E cabe a nós educadores incentivar e oportunizar tal utilização.
    Abç! Luiza

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  2. Olá Bianca!
    Excelente suas colocações a respeito das tecnologias e da forma como as mesmas devem ser oportunizadas aos alunos e exploradas pelos docentes e por toda a unidade escolar.
    Parabéns por esta iniciativa!
    Grande abraço!

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